
Na verdade, escrever, eu tenho escrito. E muito, como nunca antes. Em média, são 8, 10 mil toques por dia. Só que nada livres. São textos que faço no trabalho, para uma quantidade relativamente maior de possíveis leitores, sobre assuntos bem diferentes dos daqui. Coisas do cotidiano da cidade, de cultura ou polícia (extremos, hein?), sobre as quais ainda não tenho muita habilidade para falar. Aí, na hora em que estou livre de quaisquer presilhas, aqui, com toda a liberdade que o blog nos permite, escrevo tenso, com um cigarro entre os dedos e uma pilha de preocupações na mente.
No Redoma, poucas são as vezes em que posso escrever sem outra preocupação na cabeça - no post anterior, da Madonna, por exemplo, estava com uma ingratíssima matéria sobre a Embrapa para terminar. No Poesia para Loucos - em que costumava me perder nas manhãs modorrentas do início da faculdade -, as poesias se tornaram ainda piores e menos inspiradas em relação aos arquivos mais antigos. O Cera de Ouvido, coitado... não fossem as resenhas que publico por lá (depois que elas saem no jornal de domingo), já teria sido desativado pelo Blogger por ócio exacerbado. Enquanto isso, trabalho e ganho meu suado dinheirinho, vivo minha vida quotidiana - mas e aí? Cadê o tal do "ócio criativo"?
Dizem que quanto mais a gente lê (tanto o que outros escrevem quanto a nossa própria produção), mais o texto vai se incrementando, ganhando novas nuances, abordagens e termos. Não vou negar que este ano de trabalho numa redação me ajudou, e muito, a tomar certos cuidados; mas, no quesito leitura e produção paralela, a coisa desandou. Demoro meses para ler um livro - no momento, tento concluir "A misteriosa chama da Rainha Loana", do Umberto Eco, com o qual estou às voltas desde agosto -, raramente consigo tempo para reler minhas matérias e, quando passo por aqui, é só para ver se algum leitor comentou. Resumindo, estou escrevendo que nem um doido, para tudo que é canto, sem sequer saber se estou fazendo as coisas direito. Por isso encontro erros de digitação, grafia e até mesmo gramática no blog, no jornal e nas revistas, meses depois de ter publicado os textos. É complicado.
Enfim, talvez precise organizar mais meu tempo. Ir mais à faculdade, ler mais livros e passar menos tempo vendo "A favorita" e comendo besteira (engordei uns 12 kg desde o início do ano) nas horas quase-livres. Ao mesmo tempo, valorizar mais meu trabalho - que, graças a Deus, tem me dado muito prazer e levantado minha auto-estima, apesar dos eventuais estresses e frustrações - e não vê-lo como um "vilão" à minha atividade de blogueiro meia-boca. Assim, consigo ficar à vontade e escrever com tranqüilidade e tempo para exercitar a auto-crítica.
E chega de reclamar. Afinal de contas, eu e você, leitor, já estamos bem crescidinhos para saber que a vida é assim mesmo: cheia de oscilações, períodos produtivos alternados com fases de auto-questionamento e desânimo. Tudo misturado ao corre-corre do labor e de outras atividades cotidianas. Todo mundo passa por isso: dia desses falava com a minha namorada sobre isso, que vida de adulto é o tipo de coisa que parece incrível vista de longe, mas é um puta desafio quando vivida. Ainda mais quando se tem apenas 19 anos e mal se sabe caminhar com as próprias pernas. Aliás, nem que tivesse 25 anos o saberia... mas enfim, isso é assunto para outro post. Até mês que vem.
4 comentários:
É amigo, os tempos chegaram, e daqui pra pior. Se formando a coisa pega, é correr atrás mesmo. Mas não desanima, porque se tu achas que tua vida tá ótima, ela tá só começando, e tem coisa muito melhor nos esperando pro futuro.
=)
Bora beber que é pra acabar com o ócioo! hehehehehe
Abraços
Guto,
Invejo vc. Com esse ritmo não há letra que fuja de vc.
Muito bom!!
Bjo
calma, ainda pode piorar!
=)
beijos, gutito, não some daqui também, po!!
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