terça-feira, 2 de outubro de 2012

DC


Num dia daqueles, com direito a duas horas e meia de engarrafamento, tempo gélido e chuvoso e um cansaço que não cabia mais nas 24 horas do dia, peguei o celular no impulso, corri nos favoritos e quase aperto no nome dele. Até julho, alguns segundos me separavam de poder matar a saudade, ouvir sua voz – mesmo que, muitas vezes, a conversa se tornasse uma sessão mútua de resmungos (ah, as semelhanças entre pais e filhos...).

Certas coisas, de fato, só falava com ele. Trocas que, não percebia, eram essenciais para levantar os ânimos, amenizar preocupações, sentir que o tinha por perto. E hoje elas estão aqui, caladas no peito e gritando dentro da mente sempre que a saudade aperta. A dor de cabeça que vem nessas horas, fortíssima, é um sinal de que, por dentro, a ideia ainda está longe de ser processada com tranquilidade. Aliás, há condição mais tranquila – e, ao mesmo tempo, cansativa – que o vazio?

Tylenol para suportar; está perto de completar três meses.

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