Num dia daqueles, com direito a duas horas e
meia de engarrafamento, tempo gélido e chuvoso e um cansaço que não cabia mais nas
24 horas do dia, peguei o celular no impulso, corri nos favoritos e quase aperto
no nome dele. Até julho, alguns segundos me separavam de poder matar
a saudade, ouvir sua voz – mesmo que, muitas vezes, a conversa se tornasse uma sessão mútua de resmungos (ah, as semelhanças entre pais
e filhos...).
Certas coisas, de
fato, só falava com ele. Trocas que, não percebia, eram essenciais para
levantar os ânimos, amenizar preocupações, sentir que o tinha por perto. E
hoje elas estão aqui, caladas no peito e gritando dentro da mente sempre que a
saudade aperta. A dor de cabeça que vem nessas horas, fortíssima, é um sinal de que, por dentro, a ideia ainda está
longe de ser processada com tranquilidade. Aliás, há condição mais tranquila –
e, ao mesmo tempo, cansativa – que o vazio?
Tylenol para
suportar; está perto de completar três meses.
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