segunda-feira, 15 de maio de 2006

Sinking In Spirals


Às vezes você se sente sozinho, quando sentado no sofá de sua casa a contemplar as espirais de fumaça se desprenderem do cigarro. Às vezes, porém, está cercado de pessoas - amigos - rindo e conversando, e mesmo assim sente-se só. Inclusive alia isto à paradoxal vontade de estar na sua casa naquele momento, deitado na sua cama, se confessando para uma folha de papel enquanto vê o sol nascer.
Não, ninguém entende. Nem há por que (ou como). Você mesmo não compreende! Agora está em casa, escrevendo deitado na sua cama. Pelo visto, sua situação não melhorou. Continua sentindo-se mal. Continua oco, de peito apertado. Sentimentos afloram; mas será que já é a hora para tal? Um cansaço indescritível faz o corpo doer, e a mente se focaliza nas imagens de um dia que eternizou-se.
Às vezes pensa que vive a pior fase de sua vida. Os dias ocupados pelo estudo. O terrorismo mental, a auto-cobrança, a culpa. Logo lembra que ela existe. Sente-se bem melhor, sim... mas novos anseios vêm à tona. É sensato entregar o coração assim, tão indefeso, nas mãos de um amor tão jovem?
Às vezes você, de tanto enterrar um medo seu com punhados de outro, acaba perdendo a linha de raciocínio. Acaba sozinho, em amplos sentidos, se martirizando por querer ser diferente e nunca o conseguir. Por sentir um pouco demais, por si e pelos outros. Por si e pelo amor que cultiva dentro de si.
Não, ninguém entende. Nem há como ou por que.

"Sleep,
Sleep tonight.
Taste the memories
Melting the now you´ve got inside.
Weep,
Weep in peace, but don´t cry!
They just don´t understand
You were the first to really hold my hand
Without leaving them tied.
So keep,
Keep this secret between us,
One month may be one second
But now i have one century with you, with me
And one eternity to defy."



José Augusto Mendes Lobato 14/05/06

Um comentário:

Lua disse...

sim, eu entendo. sem como e sem porquê.