sábado, 12 de setembro de 2009

Por que odiar Belém? (Parte II)



Minha tolerância para com Belém está indo pelo ralo. Triste, mas verdade. Quem me conhece - e já leu outras postagens desse blog - sabe que, como muita gente com um mínimo de apreço pela civilidade e boa educação, não aguento mais morar em um lugar sujo, fétido, sem lei, desorganizado, provinciano e decadente como a nossa outrora charmosa (segundo os historiadores, porque não conheci essa fase) capital do Estado do Pará. Perco o controle dirigindo quando sou cortado por ônibus e carroças em plena Almirante Barroso, mando cotocos para pedestres que atravessam sem olhar para os lados, pergunto qual é o problema dos atendentes de supermercado mal-humorados que me tratam como se fizessem um favor (e não seu trabalho), deixo de ir a lugares onde vou pegar fila (e ser furado)... e por aí vai. Sei que isso não é o correto, mas não dá para controlar.

Podem me chamar de implicante, intolerante, beligerante, esnobe – não vou mudar de opinião. A cada semana que passo morando aqui – e contando os dias para a minha mudança – tenho mais certeza de que não iria aguentar passar o resto da vida vendo tanta desgraça, tanta porcaria e tanto atraso no meu entorno. É um desafio à paciência e ao bom senso que, infelizmente, não pretendo nem tentar assumir; quem o fizer, ficando por aqui para tentar mudar as coisas, será parabenizado um dia. Do alto dos meus 20 anos de idade, sei que, graças a Deus, tenho consciência para poder criticar esta porcaria de terra natal em que nasci. Nada melhor para isso que utilizar meu blog, não acham?

Nos últimos dias, muitas coisas que não tive tempo de comentar por aqui aconteceram. Na verdade, elas concernem mais aos outros do que a mim; mas, de alguma forma, acompanhei tais situações, seja como cidadão, profissional, amigo, familiar ou simplesmente “popular” (aqueles que, sabe-se lá por quê, ficam de olho na vida dos outros). Casos de violência urbana, violação de direitos, cenas tragicômicas ou degradantes... enfim, coisa para cacete. Resolvi pôr tudo de uma vez só para fora, de forma a simplificar os raciocínios, reduzir o volume de postagens e, de alguma forma, aludir ao início da série temática “Por que odiar Belém?” – que, infelizmente, não tive tempo de terminar. Por sinal, quem se sentir apto a isso pode tentar. Tem assuntos e argumentos demais. Vamos por tópicos, amigo leitor?

Assaltos vistos da varanda e o medo de andar até a esquina

Eu preciso comentar isso, não importa o quão clichê seja o tema insegurança-em-Belém. Somente entre as 16h e as 4h de ontem (11 de setembro de 2009... oh! Meu Deus), dois assaltos à mão armada transcorreram nas ruas que se cruzam na esquina de meu prédio, aqui no pseudochic Umarizal. De tarde, meu avô chegava em casa quando se deparou com um barraco armado em frente a uma vendinha de morangos que fica aqui na Boaventura. Uma senhora que tinha entrado no banco Itaú da esquina com a Doca e sacado uma grana (R$ 10 mil) foi seguida por bandidos e roubada. Reagiu, nervosa, atraindo populares e a polícia para o local após muita gritaria. Mas os assaltantes fugiram, é claro. Enquanto isso acontecia eu estava almoçando na maior paz, após um dia tranquilo de trabalho.


Já de noite, estava sentado na sala de casa com a Mayara, vendo tevê, quando ouvi uma gritaria na Wandenkolk, em frente a um barzinho muito estimado pelo público A, A+ e A++ de nossa cidade (foto). Corri para a varanda, como todo bom brasileiro curioso, e me deparei com a cagada: carros da PM na contramão, de sirene ligada, uma ambulância do Samu-192, gente e mais gente acumulada na rua, dezenas de carros conduzidos por gente mal educada buzinando, trânsito parado... tudo porque, adivinhem, outro assalto à mão armada tinha sido praticado contra um casal que descia àquela hora de seu carro, estacionado no quarteirão anterior ao bar. Depois de uns dez minutos, a confusão foi dispersada e o trânsito voltou a fluir naquele trecho de rua.

Não vou nem entrar nos méritos da violência que atinge o centro econômico, ultrapassa barreiras e não possui mais controle por parte das autoridades policiais – até porque tem número de sobra para evidenciar que não é só de facadas em bares da Terra Firme e tiroteios no Curuçambá que se faz o faroeste caboclo na Grande Belém. Só achei curioso o fato de estes dois incidentes terem transcorrido à porta de minha casa na exata noite em que a mamãe, assustada por algum motivo que até agora não soube explicar, pediu que eu a deixasse de carro na casa de uma amiga que fica a um quarteirão (é sério, na esquina com a João Balbi!) daqui de casa. Ela ia para um chá de panela da filha de uma amiga.

O prédio fica a uns dois minutos de caminhada. Mas minha mãe, coitada, já viu tanta desgraça acontecer em situações semelhantes que negou ir a pé. Fui deixá-la na confraternização com a Mayara – gastamos uns 40 segundos, no máximo, nessa empreitada. Ainda era cedo, umas oito horas da noite, mas nem eu teria arriscado ir a pé para lá com traje social. “A rua fica muito vazia nesse horário”, disse. E foi exatamente o que deu para perceber: os bares tinham gente, as luzes estavam acesas, mas ninguém andava na rua.

Já repararam como a nossa cidade tem poucos pedestres? Às vezes a gente vê aquela confusão no centro, com mares de gente atravessando a rua sem olhar para os lados, e tem impressão oposta. Mas é fato que, em Belém, as pessoas não têm o hábito de caminhar. Quem tem carro ou pode pegar um ônibus ou táxi dispensa os minutos gastando a sola do sapato. Eu mesmo, que moro a poucos quarteirões da Mayara, nunca fui a pé até sua casa, que fica na Praça da República. Até táxi já peguei de lá para cá, dá uns R$ 5,50 – economia que poderia fazer em troca de 15 minutos de cooper.

É um reflexo de que, mesmo com iluminação pública e movimento, as ruas de Belém são muito perigosas. Seja no centro ou na periferia. Minha mãe não está errada, portanto, em pedir para que eu a deixe na casa de sua amiga, jogando um pouquinho a mais de CO2 no ar da cidade e gastando uns mililitros a mais de gasolina. É o preço que a coletividade paga pela insegurança absurda de nossas ruas, mesmo ao início do período noturno. Ela poderia ter sido a terceira assaltada deste 11 de setembro no Umarizal. Tenho certeza disso, e agradeço a Deus por poder dar alguma segurança a ela dentro do meu carro – devidamente peliculado e trancado.

P.S.: Poucas horas depois, descobri que, na mesma madrugada, um jovem de apenas 23 anos havia sido morto durante um assalto na Antônio Barreto, próximo à Alcindo Cacela, também aqui no Umarizal. Ele foi abordado por bandidos enquanto voltava para casa - tinha acabado de ir comprar um lanche para a mãe na avenida Duque de Caxias, acompanhado do primo. A hipótese é que ele tenha reagido e levado os dois tiros por tentar impedir que os bandidos fugissem com seu veículo (quem disser que "a culpa foi toda dele" leva soco). Passo nessa esquina todos os dias, voltando do trabalho - muitas vezes à noite e/ou de madrugada. É nessas horas que bate certa incredulidade com tudo.

Multas, motoristas de ônibus e a desgraça do trânsito

Nessa semana, fui notificado pela Companhia de Transportes de Belém (Ctbel) de uma multa que recebi por falar ao celular na Bernal do Couto, à manhã de 31 de agosto. Nada contra, até porque esse é um dos erros que mais cometo desde que tirei a carteira de motorista. Tenho completa noção que isso representa um risco para mim e para os outros, que isso ajuda a aumentar a insegurança no trânsito e etc. Pois bem, já disse estar errado. Vou pagar a bendita multa com o dinheiro do meu trabalho, sem dar satisfação a ninguém senão às autoridades de trânsito, e de quebra tomá-la como lição para parar com essa mania. Ponto. Mas isso me lembrou de várias outras situações que também mereciam resultar em punição. E que, invariavelmente, nunca dão em nada.

No final desse ano, termino a faculdade. Durante quatro anos, fiz o desgastante trajeto Duque de Caxias-Almirante Barroso-Entroncamento-BR-316 para chegar à Unama, consumindo uma média de R$ 10 diários de gasolina e 40 minutos de trânsito. Primeiro à tarde, com a Mayara dirigindo, e agora à noite, comigo no volante. Não sei nem qual horário é o pior: às 18h, quando voltávamos, o engarrafamento era quilométrico no sentido de retorno ao centro. Agora, quando saímos para a aula nesse mesmo horário, o trânsito é ainda pior rumo a Ananindeua. E um dos principais fatores que deixam a velocidade média dos carros nas vias de Belém igual à de um barquinho pô-pô-pô é justamente a conduta dos motoristas de ônibus.



Esses – e digo isso sem pena alguma – deveriam ser multados até não terem mais um puto para receber ao final do mês. Só assim aprenderiam a honrar a dignidade de um emprego estável e que envolve a segurança de centenas de vidas. Tudo bem que muitos dos condutores de veículos particulares também cometem loucuras; mas não, não tem para eles. Motoristas de ônibus de Belém cortam veículos subitamente, atiram suas latas velhas para as pistas de alta velocidade, não usam freio ou retrovisor, enfileiram-se sem medo de parar o trânsito (foto), “queimam” paradas e, quando resolvem parar, fazem-no de um jeito que só falta arremessar os passageiros pela janela. No meio de tudo isso, ainda buzinam e jogam luz para quem dirige nas velocidades estabelecidas por lei, como se obedecer às normas fosse exceção (quem sabe não é, para eles?).


A meu ver, motoristas de ônibus dirigem pior do que um deficiente visual com boa educação o faria. Mesmo assim, eles cometem suas desgraceiras diante dos guardas de trânsito na maior, sem o mínimo medo de receberem uma multa ao final do mês. Isso é bem fácil de ver na saída do túnel do Entroncamento (foto), entre 18h e 20h. Todo dia tem uma viaturazinha da Ctbel por lá, torrando dinheiro público para evitar que a pista direita do túnel seja usada em sua saída. E também pode-se ver os benditos ônibus cortarem os veículos menores de forma covarde. Eles trafegam pela pista de alta velocidade, à esquerda, mesmo sabendo que, nas normas de trânsito vigentes naquela via, os ônibus só podem estar na pista direita. E ninguém faz nada. Só eu já passei por umas cinco situações de risco causadas por isso, sendo cortado bruscamente quando andava direitinho, na minha faixa.

Isso sem contar outros absurdos que os figuras cometem e que não resultam em nenhuma punição, como as paradas irregulares, os avanços de sinais e preferenciais, as curvas bruscas e, principalmente, as famosas “trancadas”. É aquela típica cena da hora do rush em avenidas centrais: quando seu sinal vai abrir, o ônibus faz o favor de passar no amarelo, mesmo vendo que está engarrafado. O sinal abre, mas ele fica por lá, impedindo você e os outros de atravessarem. Quando o trânsito anda, seu sinal já ficou vermelho de novo.

É uma bola de neve cuja maior “contribuição”, queiramos ou não, vem dos coletivos. Já perdi as contas das vezes em que isso aconteceu comigo – na esquina da Doca com a Senador Lemos, na Presidente Pernambuco com a Conselheiro Furtado, na Nazaré com a Doutor Moraes, na Alcindo Cacela com a Antônio Barreto... e, em várias ocasiões, diante dos tais guardinhas. Nunca vi nenhum sequer levantar os olhos para aquele espetáculo grotesco. E, regra geral, sempre tem um ônibus no meio da cagada.

Sem prolongar mais, isso me leva a pensar na hipótese de minha multa ser exceção. Considero minha conduta no trânsito boa, salvo alguns erros. Não costumo fazer fila dupla – a não ser que haja um motivo plausível e o tempo seja realmente curto –, paro se o sinal está amarelo, não avanço preferenciais, fico na pista dos cantos de quero dobrar mais à frente, não ultrapasso pela direita e, se quiser correr, não saio da pista esquerda.


Não sou nenhum santo. Só obedeço o básico das regras. Já vi muita gente – não só os motoristas de ônibus, é verdade; carroças também dão um charme extra a nossas vias mais movimentadas (foto) – colaborar para a desgraça do trânsito de Belém diante da Ctbel sem, ao menos, ouvir um apito, um bloquinho em mãos, nada. Mas, entre eles e eu, quem fica com a multa? Eu, claro! É óbvio que nada disso me exime de culpa por ter dirigido ao celular. Mas, até onde sei, a lei é igual para todos, em especial no que tange às sanções. Ser o único a levar o farelo é foda. Muitos de vocês, mais velhos e experientes que eu, devem saber como é isso.

Violação de direitos (humanos e/ou animais)

Cavalos desnutridos amarrados no muro da Eletronorte da avenida Perimetral, sob um calor insuportável e à beira de uma pista de alta velocidade, e detentos enfiados dentro de um camburão da polícia durante uma operação de desafogamento de celas de seccionais e delegacias. Situações tão distintas, mas tão parecidas sob o ponto de vista das noções humanitárias e de respeito à vida dos animais. Não estou comparando cavalos a pessoas, que fique bem claro; mas, de uns tempos para cá, o tratamento dado às duas espécies anda bem parecido. Ambos completamente brutais e inaceitáveis.

Já faz uns dois anos que vejo os cavalos amarrados à beira da Perimetral, no trecho entre a UFRA e a avenida Tucunduba, na fronteira do Guamá com a Terra Firme. Desde que entrei nas rondas de policia, passamos pelo menos uma vez por dia naquela área, rumo à Seccional do Guamá. Não me canso de, todos os dias, ficar revoltado com aquela cena degradante. Moradores, veterinários, imprensa, Ministério Público – todo mundo já denunciou isso. Mas nada é feito.


A gente passa na área – que, por si só, já parece um filme de terror, com seus barracos, pilhas de lixo, carros destruídos e favelas infindáveis (foto) – e se vê obrigado a aturar a deprimência estampada diante de nossos olhos. Os bichos, que servem como meio de transporte de carga e gente nas carroças que povoam nossas avenidas, são visivelmente maltratados. As costelas saltam de suas peles, tamanho é o estado de desnutrição e desidratação em que ficam debaixo do solzinho ameno de 40 graus de nossa cidade.

Lembrei-me dessa cena quando vi, na quinta-feira passada (10), o resultado de mais uma operação atrapalhada de transferência de detentos conduzida em nossa capital. Saiu no jornal: à hora em que umas dezenas de presos eram levadas das celas convencionais às centrais de triagem – depois de um esvaziamento das centrais feito durante a madrugada, aparentemente sem nenhuma violação de direitos –, o ônibus em que o transporte era feito quebrou. Qual solução foi encontrada? Pô-los em um caminhão-baú. Isso mesmo: um daqueles que são usados para transportar objetos e móveis de um lugar para outro.

Nem carne animal poderia ser transportada ali: a única “refrigeração” que o contêiner metálico do veículo possuía era um orifício de uns 10 a 20 centímetros, que trazia vento vindo da rua. Algo entre 50 e 100 detentos foram levados de um lado para outro de nossa cidade, no horário de maior calor, usando essas “viaturas”. A cena grotesca foi vista por várias pessoas que estavam em frente à delegacia do Marco e à Seccional de São Brás, onde funciona uma das centrais de triagem da Susipe, por volta das 9h da quinta-feira. Os presos desciam amarrados em “correntes humanas” correspondentes às seccionais. O policial berrava, por exemplo, “venham os da Cremação!” – e os bandidos desciam, em grupo, rumo ao xadrez.


Nunca fui de ter pena de bandido. Sempre achei que os direitos humanos são, antes de tudo, para humanos direitos – perdoem o clichê, por favor, era necessário – e tal; mas, vá lá, as coisas têm limite. Não é questão de pena ou de vitimização dos criminosos, e sim de bom senso. Se as celas superlotadas (foto), a comida apodrecida e os tratamentos de higiene e saúde degradantes concedidos aos detentos já eram alvo de denúncia junto aos órgãos competentes, o que dizer diante de um amontoado de presos de Justiça dentro de um contêiner metálico em plena região central de uma capital de Estado? É, no mínimo, um caso de polícia.

Ouvi dizer que um figura bem posicionado chegou a perguntar à imprensa o que seria melhor: que os bandidos fugissem do ônibus quebrado e promovessem uma chacina no centro de Belém ou que fossem transportados de forma "inadequada", porém emergencial, às centrais de triagem. A resposta é: nenhum dos dois. É papel das autoridades de segurança pública garantir a segurança da sociedade, assim como o é fazer o transporte de presos de uma unidade carcerária com o mínimo de condições. Ambas as funções não estão sendo bem cumpridas, no final das contas.

Dane-se o que diabos os detentos fizeram para estar ali, sob custódia: ninguém merece situação tão degradante - e, inclusive, de risco de morte. Se for para os caras viverem assim, melhor matá-los de uma vez, não concordam? Os direitos humanos continuarão a ser desrespeitados do primeiro ao último artigo, só que com um pouco mais de cara de pau. Como me disse um colega, o poço da segurança pública no Pará realmente não tem fundo.

Se a imprensa local se comprometer a explorar esse caso a fundo, teremos um novo escândalo nos moldes menina-de-Abaetetuba, que renderá muito pano na manga. Regra geral, a coisa iria feder para as mesmas autoridades. E as pessoas voltariam a olhar de forma mais crítica para o nosso Estado, essa terrinha degradada, sem lei e inóspita, tanto para para humanos quanto para animais, cuja capital é apenas um reflexo de toda a pobreza de espírito que consome suas autoridades públicas e, em maior ou menor escala, sua própria população.

* Leia a parte um aqui.

(Fotos minhas, à exceção da primeira - divulgação - e das duas últimas - Igor Mota e divulgação)

10 comentários:

Mayara Luma Maia Lobato disse...

Adorei, meu amor! Concordo, concordo com tudo, tudinho, tá...? Já vamos embora, graças a deus! Para São Paulo ou, melhor ainda, pra Europa, e aí vamos viver uma situação um pouco melhorzinha, né!

te amo demais!

parabéns pelo resmungo.

Filiblog disse...

Tu quer encontrar coisa melhor em São Paulo? Não viaja na maionese. A diferença de lá é que todo mundo é chato, não faz amizades, ninguém faz questão de se conhecer.

Enfim, de repente tu precisa morar em outro lugar pra ver o que tem de bom em Belém. O que tem de bom é o que faz a balança se equilibrar, apesar de todas as verdades que foram expostas no texto.

Guto Lobato disse...

Ê Filipe, em nenhum momento disse que vou encontrar a maravilha fora de Belém hehehehehe. O problema é que a nossa cidade tem muitos problemas, e quase todos relacionados à população e suas autoridades - ambas mal educadas e de mentalidade atrasada, de forma geral.

Claro que todos os problemas que citei acima devem existir em outras cidades brasileiras, como São Paulo. Mas isso não exime Belém de culpa, né? Cavalos na rua, presos sendo transportados em camburão, trânsito louco (com "apenas" 2 milhões de habitantes) e violência desenfreada não são coisa que a gente queira ver (e vivenciar) na cidade em que se nasceu... heuehuehueheuheueh

=*

Karime Darwich Barra disse...

Belém, pequena e atrasada do jeito que é, de fato não apresenta motivo que justifique o caos no trânsito, mais comum em grandes metrópoles, embora de países subdesenvolvidos. A falta de governo e de políticos competentes e honestos; a má educação, grosseria, incompetência e despreparo também são típicos de Belém.
Sempre me achei no fim do mundo; na "terra do já teve", como dizia o jornalista Edwaldo Martins, meu amigo. Ele era assim, escrevia o que via; metia o pau se fosse preciso, com a mais pura honestidade, porque se o jornalista, que teria o domínio sobre a escrita e expressão, não narrar os fatos da cidade, quem mais faria?
Sua crônica é narrativa histórica, que bem poderá informar daqui há alguns anos como era Belém de antigamente - não muito diferente de quando o europeu e português Dom João, então príncipe regente, chegou ao Brasil, em 1808, primeiro aportando na Bahia, e depois seguindo ao Rio de Janeiro, e, assustado, se deparou com ruas desodernadas, falta de saneamento público, lixo jogado nas ruas, caos urbano e vendedores ambulantes nas calçadas.
Mais de 200 anos depois, o Guto, que não é Dom João, embora de ascendência portuguesa, expressa, em bom jornalismo, o que o futuro Rei encontrou ao chegar na colônia Brasil.

Léo Nóvoa disse...

Ah cara, para mim o panorama é bem mais pessimista. Em minha opinião, Belém vai entrar em um estado de caos. O trânsito não vai mais andar, todos vão se rebelar, vão haver assaltos, arrastões, brigas, mortes, um estado de barbárie permanente.
Por mais que soe engraçado, não deixa de ser verdade. O problema aqui em Belém é sério, e toda vez que acontece alguma coisa eu me espanto de novo. E sabe o que eu acho? Os principais culpados são os paraenses. Não só o caboco (sic) que suja a rua, trata o outro mal, fura fila, mas todos aqueles que de uma maneira ou de outra, mais sutil ou não, arrumam uma maneira de se dar melhor. A terra do já teve e do individualismo sem fronteiras, assim eu prefiro chamar Belém.

Un abraccio dello vecchio amico.

Léo Nóvoa disse...

Só corrigindo:

*di un vecchio amico.

:)

Anônimo disse...

A foto aérea, inicial, não é de Belém, mas de Manaus.

Amazonida disse...

Cara, não cuspa no prato em que comes, se tu não gostas da cidade, transforme-a. Tu não tens a capacidade?

Se não a tiveres meu amigo, tudo será merda pra ti!

Mudo não reclame. Aprenda isso!

Anônimo disse...

Tão contraditório tu és, os mal educados de Belém, são mal educados por que infrigem a lei, tu não és mal educado, por que apesar de também ter cometido o erro, pagou a multa!! Oi?

Anônimo disse...

Belém fede, fede a ignorância desde os pobres até a feira de vaidades da medíocre classe média alta em Salinas.