domingo, 30 de julho de 2006

Pulso.


Como eu queria poder viajar. Dizem que para se ter experiência na vida que se leva, é preciso desatrelar-se das coisas comuns e cotidianas e, vez ou outra, se entregar ao acaso. Ousar, tentar coisas novas, andar pelos cantos sem um tostão furado, com um mochilão e um pingo de saudade nas costas. E com um grande amor. Mas isso não condiz comigo. Não condiz com a minha incapacidade de mudar as coisas. As coisas são muito metódicas, e quando têm seu ciclo quebrado, tudo o que me resta é uma total sensação de insegurança e frustração, por nunca ser um cara certo para as pessoas que tento conquistar a cada dia.
Seria muito bacana, poder sorrir da desgraça alheia, beber até cair no meio da rua, encher meus poros de fumaça e suor barato, confiar plenamente em tudo e em todos, ser o "par perfeito" - não o "cara legal". Eu gostaria de saber falar as besteiras certas nas horas certas, ter os assuntos certos nas horas certas, transmitir segurança nas horas certas (e erradas), ser um cara daqueles que atrai sorrisos à sua volta, até mesmo para evitar que, sem culpa, faças comparações com o passado. Mas o total sem-gracismo, quando andando de mãos dadas com uma pessoa totalmente oposta, extrovertida, se sente rasteiro diante da vida. E com razão para tal, acaba se martirizando por não ser nada do que esperam dele.
Confesso que te amo tanto, mas tanto, que conseguiria lutar até minhas últimas forças para tentar te agradar e ser a pessoa com quem gostarias de passar o resto de teus dias.
Confesso também, porém, que me sinto inseguro e que sofro às vezes por amar tanto alguém que é tão diferente de mim, e que talvez não compreenda o tamanho do sentimento que, em mim, habita.
Existem momentos contados com meros olhares... espero que hoje, quando te olhar nos olhos, tenha uma perfeita sensação de paz sem mover os lábios, e possa dormir tranquilo de novo.

José Augusto Mendes Lobato 30/07/06

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