terça-feira, 19 de dezembro de 2006

O Mundo em HTML


Bits, pixels, provedores, e-mails, senhas, templates... Google, Yahoo, Uol, Microsoft, Apple, Adobe... .com, .xxx, .br, .gif, .jpeg, .psd! Quanta coisa a se descobrir nessas pequenas telinhas que - quase - todo lar possui hoje em dia, e quanto a refletir sobre. O mundo, afinal, vive disso. Nós respiramos modernidade, meus queridos.

É de causar arrepios nos imaginarmos vivendo como nossos bisavós: sem rádio, sem televisão, sem luz elétrica; sem Orkut, sem Messenger! Quem quisesse arrumar o que fazer em uma tarde modorrenta, que fosse ler um livro, ou dar uma volta pelas ruas! Não teríamos a comodidade de sentar diante do camputador e, literalmente, viajar em torno do nosso próprio umbigo. A ilusão de liberdade e mobilidade do homem moderno são incríveis: o caos que esse segundo mundinho por nós criado ostenta é a prova de que nele já estamos bem instalados... e íntimos conhecedores de seu modus operandi. Talvez por simplesmente nos adequarmos melhor nele do que na natureza, pelo menos até segunda instância, o centro das atenções anda até se transferindo pra lá!

Afinal, são as novas tendências: a vibe, como diria o playboy. Ora, existem até empresas endereçadas na web; graduações específicas para os estudiosos da computação e do meio informacional. O mercado se prepara, quase todas as grandes empresas e sistemas possuem seu espaço na Internet, assim como os pré-adolescentes e seus fotologs multicoloridos, e os pedófilos e seus websites pornô. Enfim, surgida no ápice da empolgação "nós-somos-Deus" do homem, a bendita Internet acabou por tornar-se o nosso mundinho particular, onde tudo o que existe aqui ganha sua representação nos domínios virtuais. E onde todo grande infeliz e antisocial homem moderno tem sua chance de se auto-afirmar. Que vergonha, raça humana!

A Internet é o futuro. O HMTL é a carne, os ossos e o espírito do homem informatizado. Nós respiramos modernidade, meus queridos. Por isso mesmo, esqueçamos o bucolismo, a vida pastoril-suburbana e a liberdade dos nossos bisavós, e rendamo-nos à efemeridade, inconstância e clausura psicológica do nosso novo e solitário universo virtual. E, como diria Renato Russo, vamos celebrar a ignorância, né? Afinal de contas, tudo é festa quando a tecnologia avança.

A cadeia alimentar é nossa!

Um comentário:

David Carneiro disse...

É cara...eu fico imaginando o quanto somos dependentes de tudo isso. E às vezes é uma dependencia que chega a não fazer muito sentido. Às vezes ligo o computador como se abre a geladeira numa noite de insonia. Boa reflexão guto. Abração