sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

Hum...


Me sentindo um pouco diferente.Um pouco mais preocupado com o que penso,um pouco menos forte diante do silêncio,um pouquinho menos dono de mim.Meio bobão.Hoje me acordei com aquele espaço preenchido na cabeça.Mas preenchido pela divertida expectativa,pela corda bamba que ainda não driblei,não pela gostosa,mas enjoativa certezinha.Os sentimentos brincam entre si,cruzam-se na minha mente,como que rindo da minha confusão,cutucando as feridas e me lembrando do quanto é estressante isso.Fico pasmo com o que sou capaz de sentir,um pouco apático diante da minha total incapacidade neste ramo da psique humana. Talvez seja o tempo agindo sobre mim...um piscarzinho de olhos que foram esse últimos três meses dever ter me recolocado nos eixos.Andava frio,andava calado comigo,andava sem o direito de abrir meu coração.Não apenas por convenção o por respeito a algo,mas sim poruqe não tinha chado razões para me abrir.Calado para mim mesmo,deixei as sensações e as efêmeras empolgações levarem adiante.E fui muito,mas muito feliz.Nunca pensei ser capaz de conseguir me abrir de novo tão cedo,mas depois de hoje percebi o quanto o amor é uma coisa engraçada,que fica brincando de pingue-pongue com os corações alheios e empurrando-os uns contra os outros.Nada eterno,como costumava rabiscar pelas paredes a cadernos...
Credo!Sou tão jovem para já pensar assim,nesse "nada é eterno" tão piegas...prefiro dizer que nada é eterno em termos literais...afinal,tal qual a matéria que forma nossos corpos,o sentimento é eterno ; apenas,vez ou outra,salta,de corpo em corpo,de alma em alma,atacando silenciosamente os corações fechados,dando uma dosesinha de ácido à imaginação e aos sentimentos,que rejuvenescem e devaneiam à vontade.
Começaram os planinhos bobos,já.Por incrível que pareça.Aquele típico "E se ela quiser?Como vai ser?Será que não tô me iludindo?",coisas do tipo.É tão bom ser bobo nessas horas!A matéria que eu tinha perdido,esse peso não-literal (de ter um sentimento brotando) nas costas,voltou com força total.A idéia de novamente ter um par.Um par de mãos para segurar,um par de olhos para o qual possa exibir meus defeitos e virtudes sem medo,ou "ao menos" uma companhia para jogar conversa e carinho "fora" e viver momentos legais.Pronto para isso eu devo estar,já que estou viajando nessa possibilidade já fazem trinta linhas.Só não sei se ainda sei brincar disso.Só não sei bem o que dizer,o que fazer,como agir diante duma possível eminência de reciprocidade de sentimento.Enferrujado?Sem prática?Amedrontado?PATÉTICO?Exato.
Essas coisas a gente desaprende,ainda mais depois de tanto tempo aproveitando o sucesso de uma tentativa passada.E,em tempos de guerra,dá-se um jeito de reaprender,quando a fome da amar de novo já começa a consumir os últimos estoques de paciência no sangue.E,pra mim,já chegou a hora de viver um pouco mais ligado ao instinto.Vou ter que provar para mim mesmo que vou reagir legal,entrar na dança ver se...hum...se consigo o que quero.Se consigo sair um pouco do chão de novo e ficar lesão - com causa - por mais uma época da minha vida.

José Augusto Mendes Lobato 23/12/05

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